Vivemos na era da informação, tudo que acontece percorre milhares de smartphones em questão de segundos, tem suas vantagens, isso é um fato mas e quando coloca em risco a reputação de alguém ou silenciar o choro de uma mulher?
Antes de prosseguir com o caso Neymar, vamos relembrar de um caso recente na cidade de Vilhena-RO, onde supostamente um viajante recebeu um marmitex com vidro dentro. Me lembro que no momento em que saiu a notícia, milhares de pessoas compartilharam a mesma com vários insultos a pessoa que presenteou o viajante com esse marmitex sem ao menos saber quem tinha sido, mas para surpresa geral não demorou muito para o então “sem coração”, “monstro”, “desumano”, mostrar a cara e esclarecer o que havia acontecido, e como em um passe de mágica aquele que era a vítima passou a ser o lado mal da história, na mesma velocidade em que a primeira notícia se espalhou, a segunda começou a ser compartilhada com frases de como alguém pode se aproveitar de uma boa ação para gerar um tumulto desse tamanho, “enganador”, “idiota”, foram algumas palavras proferidas pelos nossos juízes da internet.
Agora, de volta ao nosso caso mais recente e de maior repercussão:
Vivemos em uma sociedade que transformou a vida real em um misto de novela com filme de suspense, onde não há problema nenhum em supor algo antes de chegar ao grande desfecho, a diferença é que em um filme se aquele que antes era julgado como mocinho no início da história e depois se torna o vilão ou o contrário, tudo acaba nos créditos e fica só em ficção, contudo, na vida real as coisas não funcionam da mesma maneira e nossos julgamentos tem um impacto muito grande.
Pessoas são taxadas de desonestas sem ao menos ter a chance de mostrar o recibo de pagamento. Não se assuste, a chance de acontecer contigo é muito grande, pode não ter o grande alarde que existe quando envolve uma pessoa pública, mas sem dúvida ficará chateado com a forma que as pessoas ao redor irão lidar com a situação.
Quero reforçar aqui que o ponto de vista que estou a transmitir é de que devemos aguardar a solução de casos como esses, precisamos esperar as pessoas competentes esclarecer a verdade para depois emitirmos nosso julgamento sobre o assunto, afinal, ainda não existe nenhum tipo de bacharelado em que você se forma para decretar culpados pelas notícias da internet.
Sobre o autor:
Paulo Correa é Assessor de Comunicação e Marketing na FAMA – Faculdade da Amazônia, discente de Engenharia Civil e criador da @collateral.cap.